Curta metragem dirigido por Zeca Nunes Pires e Norberto Depizzolatti com roteiro de Tabajara Ruas baseado no poema "Morte do Leiteiro", do escritor Carlos Drumond de Andrade.
Depoimentos

Prezado Zéka Nunes Pires. Então você quer fazer um curta sobre a "Morte do Leiteiro"? não há problema. Li o roteiro e achei-o interessante. Fico torcendo para que realize o projeto e ele seja bem sucedido. Felicidades! Com abraço e a simpatia de Carlos Drummond de Andrade.

"Manhã" é o marco zero do cinema hoje existente em Santa Catarina. Batismo de fogo da geração pioneira e olho d´água cristalino, que brotou em Anitápolis e Rancho Queimado para inundar a ilha com a ousadia dos rebeldes e poesia de Drummond. Obra seminal, veio à luz com o DNA de um cinema autoral e regional presente em todas as demais produções que se seguiram e o renovaram. E, de quebra, imortalizando em fotogramas três ícones da cultura catarinense: Isnard Azevedo, Ademir Rosa e Waldir Brazil. "Manhã" segue sendo nosso contínuo amanhecer".

"Não é cinema experimental nem faz vôos imaginários: é um curta feito com muita sinceridade onde a natureza e o homem, o meio rural e a cidade entram em conflito".

"O cinema poemático, como se sabe, tem na imagem a sua principal ferramenta que, no caso do filme de Maria Emília, fez a câmera deslizar sobre as coisas com a mesma curiosidade com que se experimenta o lugar quase inominável entre o visível e o invisível. Justamente o lugar da mulher sempre azul, no limiar e na fronteira."

"Por sua entrada definitiva na bitola comercial o filme "MANHÃ" inaugura no cinema catarinense nova fase, onde o cinema amador e despreocupado perde vez em favor de uma profissionalização do setor, bem como de uma continuidade de produção, o que é fundamental".
"Morte do Leiteiro" faz parte da obra-chave de Carlos Drummond de Andrade, "A Rosa do Povo" (1945). O poema espelha em sua densidade dramática, a preocupação drummondiana por questões que, ainda hoje afligem nosso mundo. O leiteiro em sua tarefa cotidiana, violenta e equivocadamente interrompida, encarna o homem das ruas oprimido e espoliado. Porém, a brutalidade de sua morte, em pleno amanhecer, sugere o anseio do poeta.: uma nova ordem social, mais digna e mais justa".

"Chega um dia em que as salas escuras não bastam. Há necessidade da pessoa que se interessa por cinema se experimentar, fazer também suas tentativas".