Memória Cinematográfica Catarinense

JOSÉ JULIANELLI - O MASCATE ITALIANO


 

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José Julianelli - O mascate Italiano

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José Julianelli


José Julianelli - O Mascate Italiano

José Julianelli nasceu em São Constantino di Rivoli, na Itália, no dia 19 de março de 1883. Filho de Francisco Julianelli e de Ângela Lagga Julianelli, veio para o Brasil, chegando no Rio de Janeiro, como vendedor ambulante acompanhando seu pai. Posteriormente, seu pai retornou para a Itália, deixando-o no Brasil. O mascate italiano aprendeu a se virar desde cedo, e durante toda a sua vida não lhe faltaram profissões.

J ulianelli iniciou seus empreendimentos em terras catarinenses, no início deste século , com a compra de um tigre, o qual era colocado em exposição. A visitação do público lhe proporcionava alguns rendimentos. O negócio cresceu e foi formado o circo “Pavilhão Recreativo”. Naquela época, por volta de 1909, Julianelli entrou em contato com a Pathé Frères de Paris e trouxe, do Rio de Janeiro, um cinematógrafo, que passou a funcionar como mais uma atração do Pavilhão. A estréia do cinematógrafo foi no Teatro São José, como comprova o anúncio do jornal Blumenauer Zeitung, muito embora o aparelho tenha sido utilizado inicialmente como uma das atrações do “Pavilhão Recreativo”. Esta é a data provável do início das atividades de José Julianelli como exibidor itinerante de fitas cinematográficas, ou como se costuma chamar, o cinematógrafo ambulante.

O primeiro cinematógrafo foi vendido para Francisco Serrador e Julianelli adquiriu um aparelho mais moderno. O “Pavilhão Recreativo” progrediu para “Circo de Variedades” e a iluminação passou de gás carbureto para um motor Aster a querosene, com dínamo de 110 volts. O motor servia para iluminar o circo e dar funcionamento ao novo cinematógrafo. Um trecho do panfleto de propaganda do circo destaca o seguinte texto: “O célebre Rei dos illusionistas o inimitável Sr. Julianelli. Nigromatico, Escamoteador, Prestimano, Magnitisador, Hypnotisador, Mímico e a distinguida Miss Maggi, a mulher impalpavel. Cherina! Estupendo phenomeno scientífico. Dará fim ao espectáculo com uma secção cinematographica”.

Numa interpretação atual, o panfleto revela uma forma de propaganda apelativa e sensacionalista, para os olhos da época, nem tanto. Naquele momento, o cinema ainda era apresentado apenas como mais uma atração num circo de variedades, ou seja, o cinema era ainda um coadjuvante. O historiador francês Marc Ferro afirma que, “o filme era considerado como uma espécie de atração de quermesse”. Embora já estivesse causando grande curiosidade nos mais atentos e fechando o espetáculo do “Circo Variedades”, a sétima-arte apenas iniciava seu processo mágico de persuasão de aficionados no Estado, que a tornou a grande arte do século XX. De cidade em cidade, José Julianelli foi, pouco a pouco, se convertendo num personagem da região, mas sua grande popularidade estava, também, apenas começando.

Um dos filmes exibidos com freqüência por Julianelli foi A Paixão de Cristo. A fita despertava grande interesse no público e seu enredo facilitava a compreensão do público através de uma linguagem que estava dando seus primeiros passos. Tratava-se da projeção de quadros vivos, que descreviam os diferentes momentos da vida de Cristo, dividida em sete partes, conforme panfleto promocional do filme.

J ulianelli viajava freqüentemente para a cidade de Curitiba, a fim de rever amigos, anos depois, também para buscar fitas, e sempre aproveitava para fazer alguns bicos, como sapateiro. Lá, conheceu Anna Briss, natural da Rússia, com quem casou-se, no dia 24 de dezembro de 1904. Em seguida, o casal viajou com o circo para o Rio Grande do Sul, onde naturalizaram-se brasileiros. Do casamento com Anna Briss, Julianelli teve dois filhos: Ângela, que faleceu cedo, e Francisco, nascido no ano de 1915, e que, desde menino, acompanhou os passos do pai no circo e no cinema. Um pouco mais tarde, numa forma de indenização, Julianelli deixou o circo em Corupá-SC, para os artistas que nele trabalhavam.

Na primeira década do século XX, é possível afirmar que, em Santa Catarina, o cinema estava ligado ao espetáculo de variedades, a principal forma de exibição dos filmes no estado à época. A Empresa Julianelli foi um dos cinematógrafos ambulantes mais atuante em Santa Catarina. O jornal Blumenauer Zeitung publicou, no dia 28 de agosto de 1909, um convite, escrito em alemão e português, com a seguinte chamada: “Todos ao Teatro São José! È ver para crer!” . Naquele período o “Blumenauer” já estava nas mãos de Alfredo Baumgarten. É possível que este tenha sido um dos primeiros encontros na vida profissional dos dois pioneiros do cinema catarinense - Julianelli e Baumgarten. Uma amizade e uma concorrência que, segundo Franscisco Julianelli, nunca se efetivaram por completo. “Eles não eram amigos assim de bater no peito, mas não tinha concorrência, cada um cuidava de si. Papai não era daqueles de guardar rancor de fulano ou de ciclano. Fazia o dele e o resto que faça também”. O convite publicado no “Blumenauer” revelou também a tentativa da Empresa Julianelli de exibir filmes em Teatro ou Salões, e numa espécie de consórcio com algumas distribuidoras de filmes, como a Empresa Júlio Moura Cinemathógrapho Pathé e a Sylla Cinemathógrapho Pathé. Observa-se aqui, com alguns anos de atraso, uma tendência mundial iniciada nos Estados Unidos, enfatizada pela pesquisadora Flávia Cesarino Costa, na qual os filmes passam a ser exibidos como atrações e, devido ao sucesso do empreendimento, grandes armazéns eram transformados em cinema do dia para a noite. Além disso, o surgimento de distribuidores de filmes, substituindo o antigo sistema de venda direta pelo aluguel da fita, revela outra tendência do início da industrialização mundial do cinema. Neste período, o cinema foi a principal atividade de Julianelli.

No final dos anos 10, Julianelli deixou o cinema num segundo plano e adquiriu um Ford-Bigode, com o qual iniciou uma empresa de transporte de cargas e passageiros, fazendo a linha entre Jaraguá – Blumenau, e, eventualmente, Florianópolis. Naquela época, as estradas eram de barro, ruins para este tipo de transporte, e nas viagens acontecia de tudo, como recorda seu filho Francisco: “Uma vez aconteceu uma farra (risos), deu uma dor de barriga numa velha, ela começou a gritar, um carro de boi atrapalhou a viagem e a velha fez o serviço no próprio caminhão”. A rodoviária, na época, funcionava na Casa São José, atualmente a Praça João Mosimann, na qual Julianelli estacionava. Quando necessário, utilizava também a garagem do Hotel Holetz.

Com o surgimento de ônibus mais modernos e a evidente falta de competitividade do transporte de sua empresa, Julianelli colocou novamente o cinema à frente de seus negócios. Só que, desta feita, com um adendo que vai lhe marcar para o resto de sua vida. Julianelli adquiriu uma câmera 35 mm e passou a documentar eventos sociais, e, principalmente, políticos da região do Vale do Itajaí e de Joinville. Exercendo o cinema de cavação , ou como cinegrafista ambulante, José Julianelli tornou-se um personagem bastante popular na região. “Nas cidades, as pessoas aguardavam com ansiedade pelo papai, pois ele trazia a grande novidade da época, que era o cinema. Ele filmava com um aparelho grande virado a manivela e sustentado por um tripé. Além disso, papai era muito charmoso, sabia lidar com o pessoal, né. Naquela época, vinha um sujeito desse, de gravata e tal, então já viu. As mulheres andavam tudo bem vestida, e quando chegava um cara assim bem vestido, de colarinho e gravata, sempre na boa pinta, onde ele chegava arrumava alguma coisa” , lembra seu Francisco. Neste período, José Julianelli casou-se pela segunda vez com Bertha Schill, com quem teve, mais tarde, outro filho: Antônio.

A data exata da primeira produção de José Julianelli, não nos foi possível precisar com exatidão. O jornal A Cidade, de 9 de janeiro de 1926, noticia que foi projetado no Cine Busch o filme sobre o dia 15 de novembro de 1925 em Blumenau, rodado por ocasião dos festejos do 75° Aniversário da Fundação do Município . O jornal coloca este como o segundo filme realizado por Julianelli. Sendo assim, o italiano deve ter começado a filmar poucos anos antes desta data.

José Julianelli

A Cidade, de 09/01/1926

Mas, como observou o francês Jean-Louis Comolli, não há texto de história do cinema que não se desacerte todo na hora de estabelecer uma data de nascimento, um limite que possa servir de marco para se dizer: aqui começa o cinema. Grande parte da filmografia de Julianelli também foi perdida ou deteriorada ao longo dos anos. Seus filmes, que ainda temos conhecimento da existência, ficaram em poder da viúva até o início dos anos 70, e por uma dessas boas coincidências do destino, eles foram salvos. Marcondes Marchetti , na época residente no município de Ibirama, soube da existência dos filmes através do proprietário de um antiquário do município de Rodeio, Sr. Natal Trevisani. Marchetti não contou tempo e foi verificar o material. “As latas estavam debaixo de uma escada, totalmente enferrujadas, e os filmes se encontravam bastante deteriorados. Comprei os filmes mudos que por sorte eram os produzidos por Julianelli e, portanto, sobre Santa Catarina”. Juntamente com os filmes, Marchetti adquiriu intertítulos originais, escritos em cartolinas, utilizados pelo cinegrafista e também materiais promocionais dos filmes. Em seguida, num acerto com o pesquisador, Valêncio Xavier, da Cinemateca de Curitiba, e com a Cinemateca Brasileira, os filmes foram recuperados e hoje estão depositados nestas duas Instituições. Existem também algumas cópias em 16 mm no arquivo histórico de Blumenau. A produção mais antiga deste acervo é Setenta e cinco anos da fundação de Blumenau, com sete minutos e quatorze segundos de duração, realizado em 1925.

Julianelli exerceu o cinema de cavação, realizando filmes conhecidos como “atualidades”, nos quais apareciam cenas da vida cotidiana, desfiles e multidões nas ruas, e eventos sociais. Sua renda, segundo o filho Francisco, vinha apenas da cobrança dos ingressos. “Ele não cobrava desse pessoal (se referindo aos políticos da época), cobrava na exibição. Papai tinha um grande prazer em fazer o filme, pra depois mostrar, como quem diz: Fui eu que fiz”. Um cinema de cavação que, de certa forma, se propunha a ganhar dinheiro seduzindo o espectador para a novidade de poder identificar-se na tela, ou apenas de assistir ao nascimento da Sétima Arte. Porém, nada tira a importância do manancial de imagens deixadas por este pioneiro do cinema catarinense. Alguns trechos do filme da Ponte Hercílio Luz, juntamente com poucos segundos filmados por Baumgarten, por exemplo, são possivelmente as únicas imagens que se tem conhecimento da cidade de Florianópolis dos anos 20.

José Julianelli
José Julianelli

Fotogramas do filme de Julianelli sobre a Ponte Hercílio Luz.


O cineasta e pesquisador catarinense, Sylvio Back, fez uma colocação bastante contundente num artigo escrito para a Folha de São Paulo.

“... À época do seu auge nas primeiras décadas, o cinema de cavação se propunha a ganhar dinheiro seduzindo o espectador para ‘novidade’ da Sétima Arte. Enquanto isso, seu conteúdo turvava-lhe a miséria cotidiana para idealizar e promover governantes e mecenas. Hoje, porém, esse acervo ainda que contaminado é de grande valia. Com o passar dos anos suas imagens perderam a pertinência ideológica, mas não a histórica. O tempo as desmobilizou criticamente. Do utilitário cinema de cavação, resta um inestimável retrato do país”...(BACK,1997, p.3).

De fato, José Julianelli, um autodidata que também revelava seus próprios filmes, realizou sua filmografia sob a ótica do poder, qual seja: filmagens de inaugurações, presenças constantes de autoridades, sejam elas políticas ou eclesiásticas, do âmbito local, regional ou mesmo nacional. Raramente a câmera de Julianelli esteve apontada para o homem simples, para o colono, ou melhor, para o povo. O título e o conteúdo de três matérias publicadas no jornal O Tempo revelam essas tendências de propaganda oficial dos filmes realizados por Julianelli.
Título: Films de Blumenau. Texto: O sr. Julianelli, habil operador cinematographico, tirou, durante a excursão do Dr. Adolpho Konder á Blumenau, varios aspectos daquelle municipio. Esses aspectos filmados foram ali exhibidos, causando excellente impressão. Por estes dias o sr. Julianelli exhibirá nesta capital os films de Blumenau por elle organisados.

Título: Films Catharinenses - Utilissima propaganda do desenvolvimento do nosso Estado - Aspectos de Blumenau, Brusque e Nova Trento - Brilhante recepção ao Dr. Adolpho Konder - 75 anniversario da fundação de Blumenau

O jornal O Tempo, número 58, ano II, editado em Florianópolis, 13 (Sábado) de março de 1926, publicou, na primeira página.


Texto: Acha-se, nesta capital o sr. José Julianelli, proprietario e operador do Cine Photographico Universo Film, de Blumenau, empreza de propaganda industrial, cultura, commercio e lavoura. O sr. Julianelli vem exhibir nesta capital os importantes films, em 6 partes do florescente municipio de Blumenau, recem-tirados.

Aproveitando a visita do sr. dr. Adolpho Konder, illustre deputado federal, na sua triumphal excursão ao norte do Estado, o sr. Julianelli filmou os aspectos da sua brilhante recepção, dando-nos com toda nitidez o que foram as homenagens ali prestadas ao eminente politico.

São exhibidos a chegada do vapor Blumenau, conduzindo a banda de musica de Itajahy, o seu desembarque, a multidão aguardando a chegada do eminente catharinense que viajava em automovel; a recepção feita em frente ao Hotel Holetz pela população e politicos blumenauenses, a solennidade da entrega de bouquets de flôres e a saudação de uma senhorinha.

Tambem serão exhibidos films das festas commemorativas do 75. Anniversario da fundação da colonia de Blumenau.

É, sem duvida, um excellente trabalho cinematographico esse que põe aos olhos do espectador o desenvolvimento e o progresso realisado pelas colonisações allemã e italiana naquelle municipio, dentro de 75 annos.

Conforme noticiamos, realisaram-se bellissimas festas commemorativas, tendo a população posto a rua um prestito allegorico, allusivo á entrada da primeira leva de immigrantes que enfretou as mattas virgens de Blumenau.

Em varios carros succedem-se os aspectos daquelle municipio, atravéz das suas differentes phases de progresso até aos nossos dias.

A figura veneranda do dr. Blumenau, fundador da então colonia Blumenau, teve tambem a sua homenagem nesse expressivo prestito.
O sr. Julianelli apanhou com muita felicidade todass essas scenas, que iremos apreciar, quinta-feira, nas telas do Theatro Álvaro de Carvalho e Ponto Chic.

Alem desses, serão exhibidos os films da Fabrica de Tecidos e Cortinados Renaux S.A., onde se vêm as secções de machinismos modernos e mais aperfeiçoados existentes no Estado; a sua producção e os differentes processos por que ella passa.

Serão focalisados o panorama completo da cidade industrial de Brusque e a festiva recepção do Cav. C. Vecchiotti consul italiano, ás colonias italianas daquelle municipio e á Municipalidade onde foi recebido pelas altas auctoridades, politicos, etc.

Teremos tambem os films de Nova Trento, com aspectos da Municipalidade e todas as auctoridades locaes e de um dia de festa.
O sr. Julianelli apresenta a realisação da grande festa de 7 de Setembro em Blumenau por occasião da entrega da rica bandeira nacional por parte da população, blumenauense a 9ª Companhia de Metralhadoras Pesadas, sob o commando do bravo capitão ª Thomé Rodrigues.

Esses films catharinenses trabalhados com a perfeição artistica que lhe empresta a proficiencia do operador habil sr. Julianelli, têm despertado grande interesse por todos que amam o engrandecimento de Santa Catharina.
Amanhã, o Theatro e Ponto Chic terão enorme concurrencia para assistir á passagem dos films de propaganda de nosso Estado.
Os films serão exhibidos amanhã, têm as legendas em portuguez e allemão para melhor facilitar a sua leitura áquelles que não conhecem bem o nosso idioma.

Hoje, ás 15 horas, serão focalisados no Ponto Chic, os films catharinenses em sessão especial, dedicada ao exmo. sr. cel. Pereira Oliveira, governador do Estado, altas autoridades e a imprensa.

Título: Films Catharinenses – A propaganda do nosso Estado


Texto:  No Theatro Alvaro de Carvalho e no Ponto Chic, serão hoje ás 20 horas, exhibidos, os grandiosos films catharinenses, trabalhados pelo sr. José Julianelli, proprietario e operador da Universo Film, de Blumenau, empreza de propaganda da nossa industria, da nossa lavoura, do nosso commercio, etc.
Os films, de hoje, constam conforme dissemos, hontem, de aspectos de Blumenau, Brusque e Nova Trento, exhibindo a chegada e recepção do dr. Adolpho Konder; as festas commemorativas do 75º anniversário da fundação de Blumenau, recem realisadas, aspectos industriaes e panoramas de todos aquelles municipios.
Além de attrahentes pela sua nitidez perfeita, os referidos films attestam brilhantemente o desenvolvimento, a grandeza daquellas ricas circumscripções do nosso Estado.
Todos os que se interessam pelo engrandecimento de S. Catharina devem comparecer, hoje, ás sessões do Theatro e Ponto Chic para apreciar o que se passa em Blumenau, Brusque e Nova Trento.
Os preços para as sessões desta noite são os seguintes: Theatro: Frizas e Camarotes 6$000; Cadeira 1$000; Geraes $600.
No Ponto Chic: entrada 1$500.
Realisou-se, hontem, ás 15 horas, no Ponto Chic a sessão especial, dedicada ao exmo. sr. cel. Pereira Oliveira, Governador do Estado, e altas autoridade.
Compareceram o exmo. sr. Governador, acompanhado dos srs major Elpidio Fragoso, oficial do gabinete; capitão João Cancio, ajudante de ordens; Antonio Sbissa, auxiliar de gabinete; dr. Ulysses Costa, secretario do Interior; dr. Bulcão Vianna, Presidente do Congresso do Estado; desembargador Anthero de Assis, Chefe de Polícia; dr. Fúlvio Aducci, Superintendente Municipal; dr. Mario Abreu, delegado Fiscal; deputado Carlos Wendhausen, dr. Oscar Ramos, redactor-chefe desta folha; cel João Guimarães Cabral, superintendente de Laguna; capitão Cantidio Regis, delegado de Policia; Herculano Freitas, Julio Moura, Alberto Barbosa, agente fiscal; Pascoal Simone, Miguel Napoli, Heitor Souza representante d’O Estado e outros.
A exhibição dos films catharinenses causou excellente impressão e constitue uma admiravel surpreza para os que conhecem Blumenau, Brusque e Nova Trento.


A ssim como em muitos dos documentos históricos, a descoberta do acervo de José Julianelli também revela um cinema visto pelas lentes oficiais, dos grandes acontecimentos, inaugurações, enfim... Mas, isso não significa que tais imagens deixem de servir como importantes instrumentos de pesquisa para inúmeros aspectos da história de Santa Catarina. Ao contrário do que se pode pensar, pelo que os filmes de Julianelli mostram, ou até mesmo pelo seu avesso (pelo que deixam de mostrar), o acervo revela retratos e momentos significativos da sociedade catarinense.

José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli

A câmera de Julianelli estava centrada na cidade de Blumenau. Porém, além de alguns minutos da cidade de Florianópolis - rodados no período no qual a Ponte Hercílio Luz estava pronta, mas não tinha sido inaugurada, mais exatamente no dia 17 de março de 1926 , o cinegrafista ambulante também andou por Joinville, onde filmou bastante, São José, São Pedro de Alcântara, Brusque e outras cidades da região do Vale do Itajaí.

Um colecionador de carros e comerciante paulista, conhecido como Spinello, foi quem comprou os equipamentos de filmagem, projeção e a outra parte do acervo dos filmes, que continham fitas sonoras. O pesquisador Valêncio Xavier, que realizou um trabalho de catalogação nos filmes comprados pelo comerciante paulista, afirma que estes não eram de autoria de José Julianelli. Algumas informações dão conta que José Julianelli realizou também filmes sonoros. O certo é que ele continuou trabalhando com exibição de filmes até o final dos anos 40. Marcondes Marchetti acredita que o cinegrafista também tentou realizar um filme de ficção. Pois, quando adquiriu os filmes mudos, a viúva mostrou-lhe revólveres e algumas peças de figurinos, que Julianelli estava guardando para utilizá-los em seu próximo filme. Esta informação, também foi confirmada por seu filho Francisco.

Francisco Julianelli, filho de José Julianelli.

Entrevista com Francisco Julianelli

By: Fita kassete parte 02

Entrevista com Francisco Julianelli

By: Fita kassete parte 01

José Julianelli era um homem múltiplo, assumindo as profissões de vendedor, dono de circo, ilusionista, sapateiro, cinegrafista, exibidor de filmes, motorista, dono de empresa de ônibus e fretes, dono de olaria, químico, fabricante de remédios à base de ervas - ele foi de tudo na vida. Mas, o que o tornou um homem extremamente popular em vida e o eternizou depois de sua morte, foi o cinema.

O mascate italiano naturalizado brasileiro faleceu em Blumenau aos 88 anos de idade, no dia 18 de maio de 1971. O jornal “A Nação”, de Blumenau, noticiou sua morte no dia 25 de maio de 1971, apenas quatro anos após a morte de Baumgarten.



Uma pequena análise comparativa

Os dois Pioneiros - diferenças e aproximações.
Alfredo Baumgarten e José Julianelli não foram apenas contemporâneos, mas nasceram no mesmo ano, em l883; filmaram basicamente no mesmo período, nos anos 20 e 30; e atuaram na mesma região, o vale do rio Itajaí. Mesmo assim, os pioneiros do cinema catarinense tiveram diferentes formações e estilos distintos, com preocupações estéticas (ainda que a maioria instintivas) e outras características particulares que os diferenciaram entre si.
É interessante também notar, neste capítulo, apesar da falta de identificação do ano de realização dos registros cinematográficos na maioria dos filmes, como é possível precisar, com razoável proximidade, a época da obtenção dos registros. Para isso, são estudadas as regiões e os anos quando eles se encontravam em atividade, e também são examinadas cuidadosamente as imagens, as quais oferecem subsídios para interpretações plurais daquele período. Algumas aproximações e comparações, entre os dois cinegrafistas e suas obras propostas neste capítulo, são apenas uma pequena vertente das inúmeras possibilidades que tais fontes podem oferecer a todo tipo de estudioso, pois um dos principais objetivos deste trabalho, é, antes de mais nada, resgatar e mostrar a importância do acervo legado por Julianelli e Baumgarten.



Influências

Alfredo teve influências marcantes do seu pai, Hermann Baumgarten, herdando deste, não apenas o jornal Blumenauer Zeitung - primeiro e um dos principais jornais de Blumenau na época - mas, sobretudo, a sólida formação política e religiosa (luterana). Seguindo a tradição do pai, republicano militante, correligionário e companheiro de Hercílio Luz, Alfredo teve participação ativa na vida política da cidade, por sua atuação jornalística e por sua atuação partidária, como membro da Ação Integralista Brasileira, pela qual foi eleito vereador em 1934, tendo sido vice-presidente da legislatura presidida por Ferreira da Silva. Como em outros estados brasileiros, em Santa Catarina, a Ação Integralista Brasileira, fundada e dirigida por Plínio Salgado, ganhou terreno facilmente. Nos municípios onde predominavam descendentes de imigrantes europeus, o movimento aumentava dia-a-dia.

O regime constitucional (1934 -1937) foi de curta duração, pois em 1937, Getúlio Vargas implantou a ditadura, e Alberto Stein, ex-comandante da Marinha Mercante, eleito em 1936 pelo Partido Integralista, governou no período de 1° de março de 1936 até 11 de janeiro de 1938. A Câmara Municipal, neste período, era formada por 15 vereadores. Doze deles eram adeptos da Ação Integralista Brasileira, entre os quais Alfredo Baumgarten. Numa das maiores concentrações políticas de Santa Catarina, os integralistas reuniram cerca de 15 mil “camisas verdes” na cidade de Blumenau em outubro de 1935. Um evento que, como outras reuniões de menor porte, Baumgarten não deixou de documentar.

Fotograma do filme de Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 1935.

A o que tudo indica, a maioria dos filmes Integralistas que sobreviveu foi queimada nos anos 70 pela Polícia Militar de Santa Catarina, conforme detalhado no capítulo anterior. Uma perda irreparável. Durante a realização desta pesquisa foi encontrado o primeiro rolo de um dos documentários mais importantes daquele período. Trata-se do Primeiro Congresso Meridional Integralista, realizado por Baumgarten em outubro de 1935.

O cinema surgiu para José Julianelli de uma forma bastante diferente. O italiano viu no nascimento da sétima arte uma forma prazerosa de ter alguns rendimentos. Assim, agregou primeiramente a “novidade” no seu circo de variedades, teve um cinematógrafo ambulante, e, posteriormente, obteve algumas remunerações filmando e exibindo filmes. Portanto, enquanto Baumgarten teve toda uma formação de fotógrafo que o levou a filmar, para Julianelli, o cinema apareceu quase por acaso e, oportunamente, acabou-se estabelecendo na vida do italiano multifacetado.

Apesar de viverem na mesma região, os dois aspiravam diferentes atmosferas políticas. Em que pese Julianelli ter filmado diversos acontecimentos políticos, o mascate não tomava tanto partido como Baumgarten. Para ele, a filmagem era um trabalho. Julianelli conseguia sobreviver do cinema, sem se entregar politicamente. Como ambulante levou o cinema, nas duas primeiras décadas, a todo lugarejo, se tornando uma pessoa bastante popular e querida na região. Era comum, nos pequenos povoados do Vale do Itajaí, ver as pessoas aguardando o italiano falastrão, mágico e ilusionista, chegar com toda a parafernália que a projeção cinematográfica exigia, trazendo a novidade da “sétima arte”, recém nascida para os olhos das perplexas e curiosas platéias do interior catarinense .

Além das influências de caráter político, social e cultural, a profissional não pode ser esquecida, principalmente no caso de Baumgarten. Pois ele foi, antes de mais nada, um exímio e profícuo fotógrafo da cidade. A característica de comerciante também sempre foi inerente à personalidade de Julianelli.

Reflexos dessas formações e contextos podem ser observados em suas obras. A principal característica reveladora de tais influências, na obra de Baumgarten, é a sua preocupação em documentar, sejam aspectos da região ou mesmo concentrações integralistas. A fotografia foi a base fundamental para o seu melhor apuro técnico nos registros cinematográficos. É provável que tenha sido ela também a principal razão de tal preocupação. Baumgarten queria utilizar a nova tecnologia de registros de imagens, que começara a se difundir pelo mundo, para dar continuidade e, talvez, maior amplitude ao trabalho já iniciado na fotografia, e na qual ele era um profissional. Por isso, ele filma quase como quem fotografa, disparando sua câmera para determinado objeto, sem se preocupar com uma estrutura, ainda que documental. A pesquisadora Edith Kormann, de Blumenau, concorda com esta tese, para ela as filmagens de Baumgarten “era mais uma satisfação pessoal, amor a pesquisa da época, o que acontecia na época ele filmava para guardar, como fazia com a fotografia - que é uma coisa também para guardar - ele também fazia com os filmes, só que era movimentado”. Mas, o fotógrafo descobriu com a nova câmera, intrínseca ao plano, a possibilidade do movimento, e faz um bom uso dele em seus registros. Assim, podemos observar, em muitos enquadramentos, o aproveitamento premeditado, em primeiro plano, de passagens de trens, carroças, pessoas, carros enfim... Baumgarten também tira proveito de panorâmicas (movimento de câmera sobre o seu próprio eixo) e ainda coloca sua câmera em veículos em movimento (barcos, trens), descortinando belos cenários, e dando um refinamento aos seus registros. Em meados da década de 30, Alfredo fez uma tentativa de profissionalização do ofício de cinema, criando a A. Baungarten-Filme, como noticiou o jornal Cidade de Blumenau.

Cidade de Blumenau, Blumenau, 09/11/1935.

“Foi organizado nesta cidade um Laboratório cinematgraphico sob o nome de A. Baumgarten-Filme e que brevemente bancará ao público os seus primeiros jornaes sobre Santa Catarina. Esta importante organização está filiada à Distribuidora de filmes Brasileiros e seus filmes serão completamente synchronisados, isto è, musicados e fallados, constituindo por isso um verdadeiro orgulho para Blumenau. No estado é a primeira que se forma, não se precisando salientar a sua relevancia, creação esplendida de seus organizadores. Teremos assim o optimo meio de demonstrar ao Brasil inteiro o progresso de nosso município e de nosso Estado, sendo por isso mesmo um meio valoroso para a propaganda de nossas industrias. O 1° filme da A. Baumgarten-filme, o Primeiro Congresso Meridional Integralista, já conseguiu a crítica favorável em todos os lugares em que foi filmado, representando um início bastante promissor e que muito garante para um feliz sucesso. Aos seus organizadores apresentamos nossa felicitações por mais esta optima contribuição para o progresso blumenauense”.


D e fato, essa propalada empresa não chegou a se concretizar totalmente. As filmagens de Baumgarten não foram além de 1938 e do filme mudo. Nem tampouco foi sua a primeira empresa de produção cinematográfica do estado. Julianelli já tinha formado uma empresa nos anos 20. Ao contrário da fotografia, o cinema não proporcionou bons rendimentos financeiros para Alfredo, que conseguia vender muito esporadicamente algum trabalho, provavelmente, para a Distribuidora de Filmes Brasileiros . Os elevados custos de produção, o difícil retorno financeiro e as dificuldades para os alemães e seus descendentes com o Estado Novo, foram as principais causas da desistência de Baumgarten deste ofício. Na verdade, a filmagem foi para ele muito mais um hobby do que uma profissão.

Já Julianelli sempre o encarou como fonte de renda. Desde o início do trabalho, como apêndice do circo de variedades e ambulante, até o período posterior, como cinegrafista. O produto dessa trajetória que mais nos interessa, os filmes, realizados em sua grande maioria nos anos 20 e, possivelmente, também na década seguinte, revelam imagens típicas dos jornais de variedades comuns naquela época, registrando os principais acontecimentos da região. É verdade que, no caso de Julianelli, os filmes que sobreviveram ao tempo mostram acontecimentos políticos, como: A chegada do Dr. Washington Luiz a Joinville, Setenta e cinco anos da fundação de Blumenau, A visita do Príncipe de Orleans e Bragança a Joinville (Joinville Jornal), O Progresso de Blumenau e outros.

Fotogramas de filmes de Julianelli.


O s filmes de Julianelli, não apenas de uma forma gratuita, tinham um vínculo com o poder, o qual também, provavelmente, estimulava essa propaganda. Segundo, Marc Ferro, “desde que o cinema se tornou uma arte seus pioneiros passaram a intervir na história com filmes, documentários ou de ficção, que desde sua origem, sob a aparência de representação, doutrinam e glorificam”. Portanto, embora seu filho afirme que a renda auferida por Julianelli viesse apenas da exibição , algumas evidências nos revelam que o cinegrafista recebia, muito provavelmente, algum dinheiro dos políticos que registrava. Edith Kormann, pesquisadora de Blumenau, embora ache que Julianelli não era pago diretamente pelo governo, também acredita que seus filmes já possuíam antecipadamente um comprador, “Julianelli filmava para ganhar dinheiro. Ele fazia tudo muito ligeiro, na ânsia de pegar fulano e ciclano, pois ele sabia perfeitamente para quem ele podia vender e para quem ele não podia vender os filmes”, afirmou em entrevista. Os títulos e o teor de algumas matérias publicadas no jornal O Tempo confirmam estas características da obra de Julianelli. As manchetes Utilissima propaganda do desenvolvimento do nosso Estado e Brilhante recepção ao Dr. Adolpho Konder afirmam a tendência comercial dos filmes em questão.

O texto também revela evidências, como esta que caracteriza a empresa de Julianelli: “Acha-se, nesta capital o sr. José Julianelli, proprietario e operador do Cine Photographico Universo Film, de Blumenau, empreza de propaganda industrial, cultura, commercio e lavoura”. Sobre o assunto, o pesquisador Jean-Claude Bernardet faz a seguinte referência: produtores tinham é que tirar de quem tem dinheiro: pessoas ricas que querem promover seu nome, empreendimentos, produtos, atos políticos e mundanos e, naturalmente, fazer filmes de agrado dos patrocinadores. A produção cinematográfica brasileira assenta-se num documentário exclusivamente ligado a uma elite, financeira, política, militar, eclesiástica, de que os cineastas são dependentes”. O certo é que seus filmes visavam um público imediato, previam exibições posteriores, das quais ele também tirava seu sustento, proporcionando ainda a continuidade da atividade. Um exemplo desta intenção pode ser observado numa propaganda de uma exibição cinematográfica no Salão Cinema Popular realizada pela “Empreza Julianelli” que tinha como uma das atrações, juntamente com uma fita estrangeira Coração Azul, cenas dos festejos do centenário da colonização alemã em São Pedro de Alcântara e São José. O panfleto, depois de nominar algumas autoridades e lugares filmados, apela: “Quasi todos que assistiram este ato inauguravel dos festejos em nossa cidade (referindo-se a São José), foram apanhadas pela objetiva da camera photographica”. Um outro exemplo é o próprio intertítulo que denomina a produtora como “Empreza Cinematographica de Propaganda”.

Matérias de jornais, intertítulo e propaganda dos filmes de Julianelli que comprovam a intenção comercial do autor.


T ambém a forma estrutural dos seus filmes, era concebida de uma maneira seqüencial, que pudesse mostrar, numa narrativa inteligível, os eventos ao público, fazendo uso de uma linguagem dos jornais de variedades mudos, muito comuns na época. Intertítulos como apresentações, e também para ressaltar o acontecimento, ou ainda destacando as principais autoridades presentes, eram freqüentes em seus filmes. Além disso, utilizava-se de planos gerais descritivos e de planos mais aproximados para identificações. Os trabalhos de Julianelli previam um público, e, neles, podem-se identificar alguma estrutura e um esboço de linguagem, ainda que documental e bastante intuitiva. Isso sem querer negar algum aprendizado que o italiano possa ter assimilado nos inúmeros filmes e jornais que exibia por todo lugar por onde passava.

O roteiro é outro suporte importante para filmagem que nossos pioneiros não o utilizavam. Planejamento? Talvez do tema a ser registrado, o que, para Julianelli, dependia principalmente da viabilidade de exibição ou da possibilidade de ser um filme de encomenda. Por isso, seu olhar está voltado para os grandes eventos políticos, sua câmera tinha a óptica do dinheiro e do poder. Já Baumgarten poderia ter algum trabalho para detalhar suas filmagens, como uma pequena pesquisa, mas seus registros não fugiam da cidade de Blumenau e seus personagens, da região do Vale do Itajaí, e das concentrações políticas do seu partido integralista.

O cinema, hoje um ofício tão coletivo, naquela época, era uma atividade quase sem divisão de trabalho, desde a filmagem até a exibição. Baumgarten chegou a trazer um laboratorista da Alemanha, para lhe ajudar nos trabalhos de revelação de filmes e copiagem de fotos. Julianelli tinha o filho que lhe acompanhava muitas vezes. Porém, o descendente de alemão operava muito menos os projetores de exibição de filmes do que o italiano, que foi projecionista muito antes de disparar o botão de uma câmera. Julianelli sempre exibia seus próprios filmes, enquanto Baumgarten não tinha a preocupação de exibi-los imediatamente, as vezes passava essa tarefa para outro profissional, tendo chegado até mesmo a vender suas imagens para uma distribuidora.

Não se tem registros de encontros formais ou da amizade entre os dois cinegrafistas. Contudo, Francisco Julianelli, filho do mascate, afirmou que os dois se respeitavam, ocupando cada qual o seu espaço no cenário cotidiano da região. Esta condição, de conhecidos com respeito mútuo sem travarem uma amizade mais próxima, foi confirmada pela filha de Baumgarten, Dona Margareta , e também pela pesquisadora Edith Kormann. Provavelmente, o único embate entre os dois protagonistas foi o encontro provocado por este trabalho. Mas, de alguma forma, suas vidas se cruzariam em certas ocasiões e circunstâncias. Duas delas, que mais nos interessam, datam de 1926 e 1929, quando eles dispararam suas câmeras nos mesmos eventos. O primeiro deles, em 1926, foi na inauguração da ponte de Indaial, um grande acontecimento na região. Os jornais locais destacaram a inauguração.

A Cidade, 16/09/1926

A ponte foi inaugurada num domingo festivo, dia 10 de outubro de 1926. Populares e muitas autoridades estiveram presentes ao evento. E é para eles, principalmente as autoridades, o olhar e o destaque do filme de Julianelli, intitulado Progresso de Blumenau. Trata-se de um típico “Jornal Cinematográfico”, ressaltando a ponte, o evento inaugural, os construtores, o discurso do ministro da viação, Victor Konder, os mergulhadores que trabalharam na construção da ponte, e uma regata disputada entre dois clubes locais. É interessante notar uma pequena estrutura: primeiro Julianelli mostra a ponte momentos antes da inauguração, o engenheiro aponta para trás, e, em seguida, no próximo plano, o autor mostra uma placa da ponte com os dizeres: “Esta ponte é o symbolo da fortaleza do nosso sentimento communal”. Isso significa que o cinegrafista fez algumas colagens para a apresentação final do jornal, colocando intertítulos e mostrando cenas seqüenciais, como esta do engenheiro. Os intertítulos e as imagens falam por si:

Baumgarten e Julianelli: imagens semelhantes, propostas diferentes.

Já os 25 segundos rodados por Baumgarten na inauguração da “Ponte dos Arcos” (ponte Emílio Baumgarten) mostram suas diferenças com seu contemporâneo e comprovam a tese que estamos colocando no decorrer deste trabalho, na qual Alfredo não tinha interesses comerciais, sua preocupação maior era a de documentar. Os dois planos em si - um da multidão na inauguração e outro da ponte - filmados por Baumgarten, não diferem muito das imagens captadas por Julianelli, os enquadramentos, por exemplo, são bastante parecidos. Mas, o olhar do “alemão” não captou autoridades, e o autor não colocou intertítulos nem filmou cartazes ufanistas. Já o italiano destaca autoridades de toda a ordem, deixando para registrar o público em alguns planos gerais e descritivos. A obra também é destacada pelas imagens e nos intertítulos vangloriosos.

Fotogramas do filme de Julianelli sobre o mesmo evento.

E m 1929, os dois cinegrafistas filmaram os festejos do centenário da colonização alemã na localidade de São Pedro de Alcântara. Em pouco mais de nove minutos de duração do filme de Julianelli, que desta vez surpreendentemente não possui intertítulos, quase metade é dedicada à filmagem de grupos de autoridades, desfiles oficiais, e a discursos de políticos. No tempo restante, são registrados os indispensáveis planos gerais do evento, que nos legam importantes recortes da época. Desta vez, Baumgarten filma um pouco mais. Suas imagens sobre o evento duram quase três minutos, nas quais estão incluídos três intertítulos. Em que pese esta diferença observada na ausência pouco comum dos intertítulos por parte do material de Julianelli, a principal distinção entre os dois cinegrafistas foi mantida também neste encontro ocorrido três anos após a filmagem da ponte de Indaial. Uma observação que pode passar despercebida para qualquer espectador desatento, mas que lhes é comum. A câmera de Baumgarten novamente registra o evento, documenta. O olhar de Julianelli é para as autoridades, os políticos, o poder.

Tanto Julianelli quanto Baumgarten não montavam seus filmes. No máximo, colavam algum intertítulo e eliminavam uma ou outra cena que estivesse com a nitidez ou a luminosidade bastante comprometida. As imagens de Baumgarten não parecem ser de um cinegrafista muito preocupado com uma comunicação imediata e nem tampouco com uma linguagem, em que pese seu perfeccionismo técnico. Os seus filmes que sobreviveram ao tempo, com exceção do Primeiro Congresso Meridional Integralista, revelam um trabalho inacabado. Dados que reforçam ainda mais a idéia das pretensões documentais de Alfredo. Possivelmente, a colagem que deu a forma final de seus registros cinematográficos, como encontramos hoje, deve ter sido uma união de tomadas curtas (a média é de 35 segundos por filme) de negativos rodados em diferentes épocas. . Pois, neles estão filmagens do ano de 1926, Inauguração d’uma ponte em cemento armado em Indayal; de 1927, Enchente em Blumenau, novembro de 1927; de 1928,“O Rei da Saxonia em Blumenau, Junho de 1928 . Portanto, a colagem atual dos registros de Baumgarten deve ter sido feita em anos posteriores à filmagem, na década de 30, funcionando mais como uma forma dele organizar melhor seu acervo. Alguns trechos têm uma seqüência lógica, como: A roçada, Derrubada, A mata derrubada, Fogo no roçado, Um gigante, Plantação de milho, e aimpim, o carpinamento, Batatas doçe, Cara, Aveia. Provavelmente, Baumgarten reuniu os filmes sobre o mesmo assunto ou local numa ordem seqüencial, colocando alguns intertítulos de identificação entre eles.

Julianelli também não ia muito além de uma colagem. Mas, seus filmes eram acabados. Tinham começo, meio e fim. O caráter mais comercial deles, em comparação aos de Baumgarten, o obrigava a ter que preocupar-se com suas intenções de ressaltar eventos políticos, enaltecer personalidades e a de destacar uma camada social governamental ou ligada ao poder. Cenas de inaugurações e comemorações foram captadas à exaustão por suas câmeras. Elogiosos, e, na visão de hoje, também panfletários intertítulos para a época, foram muito utilizados por Julianelli. Seus filmes têm um tempo de duração maior (média de sete minutos) em relação aos de Baumgarten, e a preocupação de mostrar, através de sua óptica, a realização de um evento.

Em Santa Catarina, nas primeiras décadas, foram os registros de Baumgarten e os cine-jornais de Julianelli, os principais responsáveis por uma produção cinematográfica pioneira e que durou um período mais representativo. Afora isso, somente uma esporádica filmagem do exército - principalmente na região do Contestado - , algum aventureiro, ou uma investida mais profissional de um cinegrafista vindo de um centro maior para uma filmagem efêmera e sob encomenda. É fato também que o contexto também favoreceu a realização de tais tipos de filmes. Pois, o mercado dominado pelo produto importado, o filme estrangeiro, abria uma brecha para as reportagens locais, que tornavam-se, muitas vezes, um negócio lucrativo. “Parece que se dá um fenômeno que só poderia acontecer numa cinematografia dominada” , observa Jean-Claude Bernardet.
Um levantamento dos filmes deixados por Alfredo Baumgarten e José Julianelli, os quais estão detalhados nos capítulos anteriores, nos mostra o seguinte quadro:

Quadro 1
Filmes por autor segundo o tema e a duração.

Autor Total de filmes Temas Urbanos
%
Temas Rurais
%
Tempo médio de
duração em Seg.
Baumgarten 113 31 69 35
Julianelli 11 100 -- 420

O quadro mostra que dos 113 filmes rodados por Baumgarten em Santa Catarina, que sobreviveram ao tempo, 35 foram filmados em regiões mais urbanas, e 78 deles foram rodados em áreas rurais. Além disso, a média de duração dos filmes, que são separados por intertítulos, é de 35 segundos. A temática de Julianelli era a cidade - os grandes eventos políticos, as inaugurações e outros acontecimentos importantes, foram captados por sua câmera. Seus filmes têm uma duração maior, pois tratavam-se de jornais, de variedades, enquanto os de Baumgarten estão mais para os filmes naturais e não excluem o campo e o rural.

Uma produção de ficção local só apareceria em nosso Estado no ano de 1957 com O Preço da Ilusão, realizado pelo Grupo Sul, mas nem por isso Julianelli deixou de sonhar com uma ficção, que acabou nunca acontecendo. Indícios revelam que o “cineasta galã” estava reunindo figurinos e objetos de cena para um filme de ficção. Os jornais mostram também a intenção de Baumgarten de profissionalizar mais seus trabalhos, ao tentar criar a A. Baumgarten Filme.

Foram duas filmografias interrompidas em períodos próximos e por motivos parecidos, principalmente no que se refere ao difícil retorno financeiro. Mas, mesmo neste ponto, uma distinção. Julianelli realizava seus jornais para apresentá-los ao público local. A pretensão de Baumgarten, que não chegou a se concretizar totalmente, era a de vender os filmes para uma distribuidora, provavelmente de cine jornais, que os distribuiria pelo país. Alfredo, por intermediação de um irmão que morava no Rio de Janeiro, chegou a vender alguns filmes. Mas, como já vimos em capítulos anteriores, o processo não se viabilizou pela falta de regularidade no pagamento por parte da distribuidora.


Considerações Finais


O objetivo principal deste trabalho foi o de resgatar a vida e a obra de José Julianelli e Alfredo Baumgarten. Através da trajetória destes pioneiros e seus filmes, objetivou-se também estabelecer um relacionamento entre o cinema e a história. Com isso, foi reforçada a idéia da utilização do cinema, em seus diversos aspectos, como instrumento de compreensão do passado catarinense. O acervo cinematográfico de ambos os autores mostrou as inúmeras contribuições que estes registros cinematográficos podem gerar para a pesquisa histórica. Especialmente na utilização dos filmes como fonte para a História Catarinense, retratando um período de consolidaçãao da colonização em Santa Catarina, como nos filmes: Viagem Férrea para Hansa, Bella Alliança, Rio do Oeste, No Rio do Sul, A moradia do caboclo no Sertão, O Progresso de Blumenau, entre outros.

É fato que os diversos autores que estudaram o passado catarinense raramente utilizaram os registros cinematográficos como fontes históricas, principalmente pela precariedade e pela inconstância da atividade cinematográfica no Estado. Contribuiu também para esta situação, a falta de estudos e pesquisas que promovessem o resgate e a preservação da memória cinematográfica regional. A inexistência de uma política cultural governamental que contemplasse a memória audiovisual colaborou para o esquecimento deste acervo documental. Finalmente, devemos notar que os historiadores regionais raramente consideraram os filmes como fontes primárias válidas para o estudo do passado e, quando trataram de utilizar esta mídia, foram confrontados com as dificuldades próprias de um novo suporte. Dificuldades que estão sendo superadas sobretudo devido à incontestável importância que a comunicação audiovisual tem assumido no mundo contemporâneo.

A tese mais aceita sobre a utilização dos registros cinematográficos como documento histórico, - sejam eles documentário, cine-jornal, atualidade, natural, ficção ou qualquer gênero – é que eles são sempre interpretações ou reinvenções da realidade. Esta foi a premissa da presente pesquisa e pode ser um bom ponto de partida para todo o historiador que se interesse em utilizar os filmes como fontes documentais. A metodologia aqui utilizada foi baseada na desconstrução dos filmes em planos. Esta técnica simples e básica foi suficiente para uma primeira interpretação e análise das obras estudadas, possibilitando também uma catalogação do acervo de filmes legado por José Julianelli e Alfredo Baumgarten. Deve ser lembrado que a transposição da informação visual a uma mídia escrita, geralmente se limita a descrever com palavras um conteúdo muito mais rico do que muitas vezes as próprias palavras conseguem abranger. Por tal razão, as análises escritas das imagens visuais restringem-se a descrições de conteúdos visuais incompletos. Obviamente as análises realizadas neste trabalho não foram muito diferentes. Em contrapartida, a pesquisa privilegiou o resgate e a exibição de alguns fotogramas para que cada leitor pudesse fazer sua própria leitura e interpretação. Leitura e interpretação que são resultados das idéias, associações e emoções experimentadas pelo leitor, ao ser confrontado com as imagens, mais do que o produto objetivo de sua leitura.

Os dois pioneiros do cinema catarinense desenvolveram um trabalho intuitivo e primitivo, mas não muito diferente da atividade cinematográfica realizada por outros cinegrafistas em diversas partes do mundo naquele período. A produção de Baumgarten e Julianelli se concentrou na segunda metade dos anos 20 e na primeira da década posterior. São imagens de um valor inestimável que dão margens a inúmeros outros trabalhos, contribuindo para o estudo do passado através da visualização de fragmentos de um tempo ido, e que evidenciam a validade desta pesquisa, trazendo novamente à história a “idéia de que ver é conhecer” .

Os raros trabalhos sobre a história do cinema catarinense revelam uma lacuna na produção cinematográfica regional, a partir das realizações de Julianelli e Baumgarten. Apenas constatam, até a década de 60, dois pequenos surtos produtivos. Um, sob o comando do cinegrafista amador blumenauense, Willy Sievert, iniciado nos anos 40, e outro, das Produções Carreirão, surgido a partir da produção mal sucedida do longa-metragem “O Preço da Ilusão”, realizado pelo Grupo Sul, em 1957. É fato que a produção catarinense ocorreu de uma forma bastante descontínua, mas é verdade também que ainda há muito a ser pesquisado no decorrer destes anos, no que tange à produção cinematográfica, principalmente na região do Vale do Itajaí. Não será surpresa nenhuma se algum pesquisador encontrar novos tesouros escondidos durante este período. Que a presente pesquisa seja um estímulo para o surgimento de outros estudos e trabalhos nesta área.



 


Memória Cinematográfica Catarinense

JOSÉ JULIANELLI - O MASCATE ITALIANO

P A R T E  I I


 


Listagem descritiva e comentada dos filmes de José Julianelli


Os negativos contratipados ou cópias dos filmes abaixo relacionados, estão arquivados na Cinemateca Brasileira (São Paulo) ou na Cinemateca de Curitiba. Em Blumenau, no Arquivo Histórico José Ferreira da Silva existem algumas cópias em 16mm, que foram telecinadas para vídeo.


Obs: Os intertítulos estão escritos em itálico e conforme a grafia no filme.

  Ficha nº: 01

Título do filme: O Progresso de Blumenau
Autor: José Julianelli
Data: outubro de 1926
Assunto: Inauguração ponte de Indaial
Acervo: Cinemateca Brasileira
Tempo de duração: 6’06”
Palavra chave: Indaial

Decupagem:

P1 - Intertítulo - O Progresso de Blumenau - Inauguração official e solemne da grande obra de arte “Ponte do Indayal”, sobre o Rio Itajahy-assú. Toda de cimento armado a importante obra foi constrída pela Empreza Emilio Odebrecht & Cia. - Recife, Pernambuco. Gerente Constructor: Curt Lungershausen.

José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli

P2 - Intertítulo - Essa ponte foi mandada construir pela municipalidade de Blumenau na gastão do superintendente Curt Hering. A obra de cimento armado mede 175 metros cumprimento, por seis de largura, devidida em cinco arcos.
P3 - PC da cabeceira da ponte com pessoas, no alto da entrada da ponte está escrito “Indayal”.
P4 - PM de um casal bem vestido na solenidade.
P5 – Intertítulo - O constructor, snr. Curt Lungershausen, gerente constructor apontando para sua obra de arte
P6 – PP construtor Curt que se vira e aponta para a cabeceira da ponte.
P7 – PD de três placas no alto da cabeceira da ponte. Numa delas pode-se ler os dizeres, “Esta ponte é o symbolo da fortaleza de nosso sentimento communal”.
P8 – PC com movimento de câmera da ponte para o rio.
P9 - Intertítulo - Aspecto do imponente acto inaugural. A cabeceira da ponte um grupo de autoridades locaes e representantes do município, destacando-se o Dr. Victor Konder, ministro da Viação, Dr. Amadeu Luz, Juiz de direito, Curt Hering, superintendente municipal, Emmembergo Pellizzette, deputado estadual.
P10 – PG de muitas autoridades na cabeceira da ponte. Um fotógrafo aparece em PP.
P11 – PM com movimento de câmera de algumas autoridades.
P12 – PM de autoridades.
P13 – PM de autoridades que se aproximam e passam pela câmera.
P14 – Intertítulo - O Symbolo da Pátria . O Illustre Snr. Victor Konder, ministro da Viação, lendo, no acto inaugural, seu brilhante discurso tratando do engradecimento do município de Blumenau.
P15 – PD de uma tentativa de fusão da Bandeira do Brasil para paisagem.
P16 – PA de uma autoridade discursando.
P17 – PG com movimento panorâmico horizontal do rio até a ponte mostrando uma multidão de pessoas.
P18 – PM de fotógrafo e outras pessoas.
P19 – PC com panorâmica das festividades de inauguração.
P20 – PC de pessoas saindo e entrando na ponte.
P21 – PC de pessoas na entrada da ponte.
P22 – PC com movimento de câmera de pessoas na ponte até o rio.
P23 – PM de homens posando para câmera.
P24 – PA de pessoas passando pela câmera.
P25 – PM de homens vindo em direção à câmera e parando em frente da mesma.
P26 – PC de carro saindo da ponte, carro passa pela câmera, pessoas posam.
P27 – PP de pessoas defronte à câmera.
P28 – PC de mulheres posando e passando pela câmera.
P29 – PC de uma cabeceira da ponte, onde lê-se a placa com os seguintes dizeres: “Viva a nossa grande pátria brasileira”.
P30 – Panorâmica em PC da lateral da ponte com muitas pessoas nela debruçadas.
P31 – PC em plongée olhando o rio, próximo à ponte.
P32 – PG da ponte.
P33 – PG da ponte com movimento de câmera para o rio.
P34 – PC de pessoas à beira do rio olhando para a câmera.
P35 – Intertítulo - Um dos escaphandro empregados na construcção dos pilares da ponte.
P36 – PM de mergulhador com escafandro entrando n’`agua.
P37 – Intertítulo - Deslumbrante panorama da região, ao cahir da tarde. Os clubs de regatas “Ämerica” e “Ypiranga” na disputa de um pareo. Ha, entre os sportmans grande interesse pela victoria que coube ao “America”. Chegada da “yole”victoriosa.
P38 – PC com panorâmica da lateral da ponte.
P39 – PC com panorâmica da lateral da ponte e arredores completando um giro de 180 º.
P40 – PG com movimento de câmera de regata no rio, próximo à ponte
P41 – PC de barco da regata.
P42 – Intertítulo - O Snr. Carlos Schroeder e exm. familia, em frente à sua casa commercial
P43- PC de uma família em frente de uma casa posando para câmera.
P44 – PA da família em frente de uma casa típica da região.
Comentário: As cenas mostram a preocupação de Julianelli em documentar eventos políticos e sociais, como neste caso, a inauguração da ponte de Indaial, que foi um grande acontecimento na região. O cinegrafista filma as autoridades, os construtores, o público e os mergulhadores. Existem cenas com grande diferença de luz, apresentando marcas de deterioração. Interessante lembrar que Baumgaten também registrou o evento com sua câmera. Algumas pessoas filmadas cumprimentam a câmera ou o cinegrafista, outras deixam registrados sua timidez ou espanto. Fato que mostra, de certa forma, a presença da câmera no que é filmado. Os intertítulos, comuns nos filmes de Julianelli e Baumgarten, têm a função de explicar ou situar a ação ou ainda enaltecer algum político, personalidade ou região.


  Ficha nº: 02

Título do filme: Setenta e cinco anos da fundação de Blumenau
Autor: José Julianelli
Data: novembro de1925
Assunto: festividades dos 75 anos de Blumenau
Acervo:  Cinemateca Brasileira
Tempo de duração: 6’06”
Palavra chave: Blumenau

José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli

Decupagem:
P1- Intertítulo - Universum Film. O Jubileo do 75 anniversario da Fundação de Blumenau no dia 15 de novembro de 1925. Phto. Julianelli. Universum Film.(repete esse intertítulo em alemão).
P2- Intertítulo - Panorama de Blumenau - Cidade industrial é de progresso. Estado de S. Catharina. Phto. Julianelli. Universum Film.
P3- Panorâmica em PG da cidade de Blumenau com rio em PP.
P4 - Panorâmica em PG da cidade de Blumenau com rio em PP.
P5- Panorâmica em PG da cidade de Blumenau com rio em PP.
P6- Panorâmica em PG da cidade de Blumenau com rio em PP.
P7- Panorâmica em PG com movimento vertical iniciando nas copas das palmeiras e terminando no solo com muitas pessoas nos arredores.
P8- Intertítulo - O Especto em frente o monumento do Dr. Blumenau. Universu Film. Julianelli.(repete em alemão).
P9- Intertítulo - 1850.
P10- Intertítulo - 1850. Dr. Hermann Blumenau. Univers Film. Julianelli. Blumenau.
P11- foto do Dr. Blumenau.
P12 - 1925. das Denkmal Dr. Blumenaus. Univers Film. Julianelli. Blumenau
P13- Fusão para um plano do monumento do Dr. Blumenau.
P14- PG de uma rua de Blumenau repleta de pessoas.
P15- PG de desfile militar numa rua de Blumenau.
P16- Panorâmica em PC do movimento numa rua durante a festividade.
P17- PC com movimento de câmera da festividade nas ruas.
P18- PM de homens e mulheres presentes na festividade.
P19- PC de carros enfeitados passando pela câmera, pessoas posam.
P20 – Intertítulo - Um grupo de personalidade ilustre de Blumenau é representante de outros municípios. D. Victor Konder, S. da Fazenda, Dr. Amadeu Luz, Juiz de Direito, Curt Hering, superintendente, M. Luiz Vasconcelo D. Estadual, Coronel Hypolito Boiteux. (repete em alemão).
P21 – PC das personalidades.
P22- PA das personalidades.
P23- Intertítulo - Líntendeza Munipale di Blumenau. A Camara Municipal de Blumenau.
P24- PM com movimento de câmera panorâmico vertical iniciando no alto do prédio da câmara e terminando na porta com pessoas nos arredores.
P24- Intertítulo - Universu Film. Desfilar da Passeata Allegorica. Phto Julianelli.(repete em alemão)
P25- Banda, carros alegórico, pessoas a pé ou montadas em cavalos passam pela câmera em PC, num grande desfile.
P26- PC do desfile.
P27- PM de carros alegóricos que passam em frente à câmera.
P28- PM de carros que passam na frente da câmera, num ângulo diferente da tomada anterior.
P29- PM de um carro alegórico que pára na frente da câmera, pessoas posam e carro arranca.
P30- PM de outros carros que param defronte à câmera, pessoas olham para a câmera.
P31- PM de outro carro que pára.
P32- PM de carro que mostra parafuso de engenho.
P33 – PM de caminhão.
P34- PM de crianças em cima de um carro mostrando melancias, com movimento de câmera para colonos que posam ao lado do carro.
P35- PC das crianças e colonos juntos.
P36- PM de carro enfeitado com a foto do Dr. Blumenau.
P37- PM de homens num carro.
P38- PA de três mulheres, provavelmente rainhas.
P39- PP das mulheres com movimento de câmera horizontal.
Comentário: A câmera de Julianelli está sempre atenta para grandes acontecimentos - é a ótica do poder, à qual nos referimos na pesquisa - até porque era a forma encontrada pelo cinegrafista para obter mais retornos financeiros com seus filmes. Mesmo assim, as cenas são de um valor inestimável, revelando inúmeros aspectos da cidade de Blumenau no ano de 1925. Provavelmente, um dos primeiros filmes de Julianelli e o mais antigo registrado por esta pesquisa.


  Ficha nº: 03

Título do filme: A visita do Príncipe de Orleans e Bragança a Joinville (Joinville Jornal)
Autor: José Julianelli
Data: 1926
Assunto: Solenidades da visita do príncipe a Joinville
Acervo: Cinemateca Brasileira
Tempo de duração:
Palavra chave: Joinville

José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli
José Julianelli

Decupagem:
P1 – Intertítulo - S. Excia o Dr. Bulcão Vianna, governador do estado, em companhia de sua comitiva, chega a Joinville , afim de assistir as festas da grande comemoração.
P2 – PC das autoridades saindo de um prédio em direção ao carro com acompanhamento de câmera.
P3 – PM do carro com autoridade entrando no carro.
P4 – PC de pessoas e carros passando em PP.
P5 – PC de carro e militares.
P6 – Intertítulo - Edificio da Municipalidade - A recepção que se realisou na municipalidade, em homenagem ao Governador do Estado.
P7 - PG de autoridades entrando na prefeitura.
P8 – PC de autoridades saindo da prefeitura.
P9 – PC de autoridades entrando num carro.
P10 – PC de autoridades em frente à prefeitura.
P11 – Intertítulo - A Chegada dos Principes - Onze e meia. Grande numero de autoridade civis e militares aguardam no caes Conde d’Eu, a chegada dos principes de Orleans e Bragança.
P12 – PC, com acompanhamento de câmera, do barco com o príncipe chegando pelo rio.
P13 – PC, com movimento de câmera, de vários carros estacionados numa estação e movimentação de pessoas.
P14 – Intertítulo - Os principes S. S. S. S. o principe D. Pedro de Orléans e Bragança e sua Exma. esposa, a princesa D. Elisabeth.
P15 – PA do príncipe e princesa.
P16 – PP da princesa.
P17 – PP do príncipe.
P18 – PM do casal.
P19 – PC de multidão na rua.
P20 – PM de pessoas na calçada.
P21 – Intertítulo - Primeiro surgem, em trajes de passeio, Misses New York (America), França, Cuba, Luxemburgo, Austria e Alemanha...
P22 – PC de misses desfilando em carros empurrados por homens.
P23 – PA com acompanhamento de câmera de miss desfilando em carro.
P24 – PM de Miss no carro passando na frente da câmera.
P25 – PM de Misses passando com na frente da câmera.
P26 – PM de Miss Austrália que se aproxima da câmera
P27 – PM de Miss Alemanha que se aproxima da câmera.
P28 – PM de Miss Romênia que se aproxima da câmera.
P29 - ...e depois, em trajes de banho, Misses Rumania, America, Hespanha, Austria, Miss Universo), França, Inglaterra e Brasil.
P30 – PM em plongée de carro com miss que se aproxima da câmera.
P31 – Pessoas em PP e carro de Miss que se aproxima da câmera.
P32 – PC de multidão no desfile.
P33 – PA de Misses que passam pela câmera.
P34 – PC de Miss Espanha que passa pela câmera.
P35 – PM de Miss Áustria que passa pela câmera.
P36 – PM de outra Miss passando pela câmera.
P37 – Miss Inglaterra passa em PM pela câmera.
Comentário: Grande evento político e social na cidade de Joinville com a visita do Príncipe de Orleans e Bragança e, novamente, lá estava José Julianelli registrando o evento. Além das cenas de políticos, desfile de miss, carros e multidão, aparecem imagens significativas da cidade de Joinville na época.


  Ficha nº: 04

Título do filme: A Matriz de Blumenau
Autor: José Julianelli
Data: 1926
Assunto: Vários assuntos de Blumenau
Acervo: Cinemateca Brasileira
Tempo de duração:
Palavra chave: Matriz

Decupagem:
P1 – Intertítulo - A matriz de Blumenau num domingo - cine Julianelli
P2 – Panorâmica (PC) vertical em contra-plongée da matriz de Blumenau, iniciando na torre e finalizando na porta e escadaria.
P3 – Contra-plongée (PC) de pessoas saindo da igreja e descendo as escadas.
P4 – PC com pequena correção de câmera de pessoas descendo a escadaria, em PP passa uma carroça e, posteriormente um carro.
P5 – Intertítulo - Os alumnos do collegio S. Antonio derigidos pelos Frades Franciscanos. Blumenau.
P6 – PC de desfile (imagem muito escura).
P7 – PC com panorâmica de alunos uniformizados em forma.
P8 – PM com pequeno movimento de câmera de alunos uniformizados.
P9 – Intertítulo - Em recordação da grande data, 7 de setembro, o digno povo de Blumenau oferese a bandeira de honra a heróica 9 Companhia de Metralhadora. Phto.Julianelli.
P10 – Intertítulo - Universum. Film. O Comandante da 9 C. de Metralhadora Capitão A. Thome Rodrigues.Phto. Julianelli.
P11 – PM do comandante em cima do cavalo, câmera acompanha movimento do animal.
P12 – PC de alunos em forma hasteando uma bandeira.
P13 – PM de alunos com uniforme de física em forma.
P14 – PM de militares da Companhia de Metralhadora em forma posando para câmera que realiza movimentos irregulares.
P15 – PM da Companhia em forma com movimento de câmera.
P16 – PC com giro de câmera de festividades, imagem de pouca nitidez.
P17 – PP de rosto de mulheres presentes na solenidade.
P18 – PC com panorâmica de militares e autoridades.
P19 – Intertítulo - O presidente do Conselho Municipal Major Francisco Margarida pronunciando ho discurço de offerecimento da bandeira. Phto. Julianelli.
P20 – PM do presidente do Conselho Municipal discursando ao lado de uma bandeira e de outras autoridades.
P21 – PC do encerramento do discurso, pessoas aplaudindo, pequeno movimento de câmera.
P22 – PC de militares, um deles discursa virado para a bandeira, movimento de câmera para o público.
P23 – PA de militares com bandeira.
P24 – PA de mulheres segurando a bandeira, com movimentação de câmera para outras pessoas próximas.
P25 – PC de várias pessoas reunidas, um militar em PP segura a bandeira.
P26 – Panorâmica (PC) de transeuntes.
P27 – PC com movimento de mulheres e homens que posam para câmera.
P28 – PM de homem montado em cavalo que passa pela câmera.
P29 – PG da companhia em desfile numa rua de Blumenau.
P30 – PC de pessoas assistindo ao desfile.
P31 – PM com movimento de câmera de pessoas que assistem ao desfile.
P32 – PM com panorâmica de pessoas na calçada.
P33 – Panorâmica vertical (PC) de uma casa típica, depois panorâmica horizontal da casa e das pessoas que se avolumam na calçada, carro passa em PP.
Comentário: As cenas de Julianelli mostram imagens de uma Blumenau com prédios que já não existem mais, como: a Igreja Matriz e os casarios do centro da cidade. Só por isso já seriam importantes, mas as imagens mostram ainda alguns costumes da sociedade e o evento político, uma constante nas imagens do cinegrafista.



  Ficha nº: 05

Título do filme: Ponte de Florianópolis
Autor: José Julianelli
Data: março de 1926
Assunto: Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis
Acervo: Cinemateca Brasileira
Tempo de duração: 3’22”
Palavra chave: Ponte

José Julianelli
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Decupagem:
P1 – Intertítulo - A ligação da ilha ao continente. a magestosa ponte mandada construir pelo eminente Dr. Hercílio Luz, quando governador de S. Catharina, a qual tem hoje o seu ilustre nome.
P2 – Intertítulo - É a quinta obra d’arte do mundo. (vão total 323 metros. altura das torres 70 metro e do nível da agua à ponte, 30 metros).

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P3 – Panorâmica em PC da Ponte iniciando na cabeceira insular e finalizando no centro da ponte.
P4 – Panorâmica em PG da Ponte iniciando no viaduto insular e finalizando no centro.
P5 –PG da Ponte com pequeno movimento de câmera enquadrando a Ponte por completo, movimento de câmera continua enquadrando o estreito.
P6 – PC de navio no mar, em PP dois coqueiros.
P7 – Panorâmica em PC da Ponte com movimento de câmera e luminosidade bastantes irregulares.
P8 – Panorâmica vertical frontal da torre da ponte.
P9 – Panorâmica de detalhe da torre finalizando no túnel central da Ponte.
P10 – PD da estrutura da ponte.
P11 – Panorâmica (PC) da lateral da ponte até o estreito.
P12 – Panorâmica curta e escura de parte do continente.
P13 – PG de um navio com uma pequena embarcação transportando pessoas em PP.
P15 – PM da pequena embarcação no alto do quadro e na parte inferior crianças em cima de uma pedra.
P16 – Panorâmica (PG) da cidade de Florianópolis tomada da cabeceira da Ponte.
P17 – PG da cidade de Florianópolis.
P18 – PG da cidade de Florianópolis.
P19 – Panorâmica da cidade começando na Rita Maria e terminando no mar.
P20 – PD de uma casa típica com dois coqueiros em PP.
P21- PG da ponte, casas em PP, tomada do continente.
P22 – Panorâmica da ilha até a Ponte. Câmera fixa na Ponte em PG.
P23 – Panorâmica (PC) do centro da cidade com vários carros estacionados.
P24 – Panorâmica (PC) do centro da cidade terminando em carro estacionado.
P25 – PC de duas lojas do centro: “Rainha da Moda” e “Salão Progresso”.

José Julianelli
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P26 – PA de homens em frente ao Hotel Moura.
P27 – PC de homens em frente a uma loja.
P28 – PA de homens posando para câmera.
Comentário: Imagens da Ponte Hercílio Luz, registradas em março de 1926, quando a Ponte já se encontrava concluída, porém ainda não tinha sido inaugurada. Fato que ocorreu a 13 de maio de 1926. No filme, aparecem as indeléveis marcas de deterioração do tempo, mas é bem possível que sejam estas, juntamente com alguns segundos de imagens de Baumgarten, as únicas cenas da Capital do Estado de Santa Catarina daquele período. Predominam cenas da Ponte Hercílio Luz, algumas panorâmicas repetidas, mostrando uma certa dificuldade do cinegrafista em realizar um movimento de câmera com fluidez, como tão bem fazia Baumgarten. Cenas muito significativas do Porto da Rita Maria, imagens da cidade, do estreito, e do centro da cidade (ainda sem o Miramar) fazem deste filme um material extremamente importante para a memória da cidade de Florianópolis.


  Ficha nº: 06

Título do filme: Carnaval em Blumenau
Autor: José Julianelli
Data: 1926
Assunto: carnaval em Blumenau
Acervo: Cinemateca de Curitiba
Tempo de duração: 2’55”
Palavra chave: Carnaval
obs: Filme sem intertítulo original, apenas com a seguinte identificação, colocada pela Cinemateca: “Carnaval em Blumenau”.

José Julianelli
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Decupagem:
P1- PC de carros alegóricos passando defronte à câmera. Muitas pessoas dos dois lados da rua de Blumenau. Parte inicial do plano bastante deteriorada. Tomada de longa duração.
P2 – Muitos carros alegóricos, bastante enfeitados, passam pela câmera numa curva da rua das Palmeiras. Tomada de longa duração.
Comentário: Cenas, já bastante deterioradas, de inúmeros carros enfeitados desfilando pelas ruas de Blumenau, entre elas a rua das Palmeiras. As imagens contrariam algumas opiniões, que dizem que o carnaval era pouco festejado na cidade de Blumenau. Planos gerais de calhambeques que se aproximam da câmera, lotados de pessoas com a animação de quem saiu de uma festa, acenando, gritando e gesticulando.


  Ficha nº: 07

Título do filme: A chegada do Dr. Washington Luiz a Joinville
Autor: José Julianelli
Data: maio de 1926
Assunto: Solenidades da presença de Washington Luiz na cidade de Joinville
Acervo: Cinemateca de Curitiba e Cinemateca Brasileira
Tempo de duração: 8’30”
Palavra chave: Washington
Decupagem:

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P1 – Intertítulo - A chegada do Dr. Washington Luiz a Joinville. Chegada do presidente eleito da República constituiu um dos maiores acontecimentos do dia. Aspectos da imponente recepção na “gare”.
P2 – PG de carros parados na estação de trem.
P3 – PC de trem em movimento.
P4 – PM de trem em movimento, homem em PP.
P5 – PC de muitas autoridades.
P6 – PA de Washington Luiz e outras autoridades (foto).
P7 – PM de carros passando e militares nas proximidade.
P8 – PM de carro parado, Washington Luiz entra no carro. Imagem bastante deteriorada.
P9 – Intertítulo – S. Excia. Dr. Washington Luiz visita a caserna do 3 Batalhão de Caçadores.
P10 – PC de militares e Washington Luiz entrando no 3º Batalhão.
P11 – PC de militares e Washington Luiz saindo do 3º Batalhão e caminham em direção à câmera.
P12 – PM de Washington Luiz e autoridades saindo de porta, posam para câmera e continuam andando, câmera acompanha.
P13 – Militares com instrumento musical (banda) passam defronte à câmera.
P14 – PM de Washington Luiz e militares com movimento de câmera.
P15 – PM de Washington Luiz e militares que posam e passam pela câmera.
P16 – PC de Washington Luiz e autoridades que posam para câmera, movimentos de câmera bastante irregulares.
P17 – Panorâmica em PM mostrando autoridades.
P18 – Intertítulo – A formatura de honra. O Dr. Washington Luiz cercado pelo mundo político e social, assiste ao desfile.
P19 – PM de Washington Luiz e autoridades assistindo, provavelmente, ao desfile.
P20 – PM do desfile do Batalhão dentro do Quartel.
P21 – Intertítulo - No Club Joinville, onde foi oferecido o banquete ao presidente democrata Dr. Washington Luiz
P22 – PG mostrando o clube de Joinville.
P23 – PM de ciclista passando em frente ao clube.
P24 – Intertítulo - O banquete foi alvo das maiores manifestações. Vários aspectos do banquete que personalidades distinctas lhe offreceram no Club Joinville.
P25 – PA de autoridades em pé atrás da mesa do banquete.
P26 – PA mostrando Washington Luiz e autoridades sentando.
P27 – PC de outro ângulo mostrando autoridades almoçando.
P28 – PG do almoço.
P29 – PM do almoço.
P30 – PA de Washington Luiz no almoço.
P31 – PP de Washington Luiz no almoço.
P32 – PP de três homens tomando café.
P33 – PG do jantar com autoridades sentadas olhando para a câmera (repetido).
P34 – PM de Washington Luiz e autoridades em pé no salão.
P35 – PM de Washington Luiz e autoridade no exterior posando para câmera.
P36 – PP de Washington Luiz e autoridades. O presidente posa, tira e coloca o chapéu e sai, virando-se para trás.
Comentário: A câmera de Julianelli não poderia deixar de registrar a visita do presidente Washington Luiz na cidade de Joinville. As cenas, algumas bastante deterioradas, mostram políticos e militares nos eventos que marcaram a visita do presidente. Uma imagem muito interessante, por sua beleza estética, é a chegada do trem à estação de Blumenau. Nas demais a presença de Washington Luiz na cidade, que além de ser um fato significativo, pode subsidiar inúmeras leituras, uma das quais, estamos tentando reforçar ao longo do trabalho, que as são imagens de Julianelli realizadas sob a ótica do poder.


  Ficha nº: 08

Título do filme: Joinville Pitoresco
Autor: José Julianelli
Data: 1926
Assunto: A cidade de Joinville
Acervo: Cinemateca de Curitiba
Tempo de duração: 10’19”
Palavra chave: Pitoresco
Decupagem:

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P1 – Intertítulo - Joinville Pitoresco. Grande Aspecto no Jardim Lauro Müller. Cabelios alourados, olhos cor do céu, coração a palpitar de amores, nada disto por certo há de faltar, neste recanto de sonhos e de encantos que é o Jardim Lauro Müller.
P2 – PG do Jardim, movimento de câmera, imagem ruim.
P3 – Intertítulo - Sr. Dr. Marinho Lobo, digno Superintendente Municipal, lendo o seu discurso no acto da inauguração dos monumentos.
P4 – PC do Dr. Marinho discursando num coreto do Jardim, multidão em torno (3 tomadas).
P5 – Panorâmica de um monumento tapado (vai ser inaugurado), movimento de câmera revela multidão no Jardim.
P6 – PA em plongée de pessoas amontoadas passando e olhando para a câmera (3 tomadas).
P7 – PC de pessoas no Jardim com pequenos movimentos de câmera.
P8 – PM do monumento com pessoas em torno.
P9 – Intertítulo - A herma erguida em memoria a D. Francisca, princeza de Joinville. A cidade presta-lhe homenagens. Varios aspectos da Inauguração.
P10 – PM do busto de D. Francisca, pessoas se aproximam por trás do monumento.
P11 – PP do busto de D. Francisca, com panorâmica vertical, até a seguinte inscrição: “Joinville de 1926 a Joinville de 1851”. (imagem invertida).
P12 – PD da inscrição anterior com homem ao lado.
P13 – Intertítulo: A rua do Principe, a principal arteria da cidade, num dos dias das grandes festas.

P14 – PC de pessoas em pé na calçada da rua do Príncipe.
P15 – Travelling frontal da rua do Príncipe com bastante movimentação. Câmera posicionada dentro de um carro.
P16 – PC de homens desfilando em cavalos pela rua.
P17 – PG da rua em dia de festa, com movimento de câmera (3 tomadas)
P18 – PD de pessoas numa sacada de uma casa.
P19 – PG de militares desfilando.
P20 – Intertítulo - A passeata de diversos clubes pela rua do Principe: Gymnasticos, Bombeiros e Atiradores

P21 – Desfile na rua do Príncipe. Imagem escura de difícil identificação.
P22 – Carros e pessoas passando. Imagem escura.
P23 – PG da rua numa tomada noturna. Rua iluminada.
P24 – PC de desfile de banda e militares na rua.
P25 – Dois detalhes da decoração da rua (2 tomadas).
P26 – PC de pessoas e prédio da rua do Príncipe.
P27 – PC da movimentação da rua. Imagem escura.
P28 – PC da rua com carros passando defronte à câmera.
P29 – 6 PGs da agitação da rua com movimentos de câmera.
Comentário: A câmera de Julianelli é a mesma em seus registros de grandes eventos. Porém, neste filme, como pano de fundo, pode-se notar significativas imagens da cidade de Joinville na época. Além disso, a população, os carros, a praça e os casarios, tornam estas imagens um importante manancial para estudos da memória da cidade de Joinville.


  Ficha nº: 09

Título do filme: Centenário da Colonização Alemã
Autor: José Julianelli
Data: 1929
Assunto: Festividades do centenário da colonização
Acervo: Cinemateca Brasileira
Tempo de duração: 9’18”
Palavra chave: Centenário
obs: Filme sem os tradicionais intertítulos da maioria dos filmes de Julianelli. No início aparece um portal com as datas 1829 - 1929 e a inscrição em alemão - “Herzlich Willkomen” (Bem-Vindo). Uma referência aos cem anos de colonização Alemã, filmado em São Pedro de Alcântara e na praça de São José. Naquela época, o município de São Pedro de Alcântara (primeira localidade a receber imigrantes alemães no Estado) pertencia a São José.

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Decupagem:
P1 – PD do portal com as datas 1829 – 100 – 1929 – Herzlich Willkomen (Bem-Vindo).
P2 – PG de uma com muitas pessoas.
P3 – PC de uma rua com muita movimentação de pessoas, correção de câmera.
P4 – PA de três senhoras andando.
P5 – Panorâmica (PC) de multidão até cavalaria desfilando.
P6 – PP de pessoas, algumas com guarda-chuvas.
P7 – PG da cidade bastante movimentada, visto de um morro. (2 tomadas)
P8 – PM de político discursando em cima de um pequeno palanque e multidão em torno.
P9 – PM do político discursando e pessoas em volta, tomada de outro ângulo.
P10 – PA do político discursando, pessoas em torno.
P11 – PA do político terminando discurso, se retirando do palanque e pessoas aplaudindo.
P12 – PG da multidão.
P13 – PC de pessoas e um monumento.
P14 – PA de pessoas e um monumento.
P15 – PA de político e pessoas levantando chapéu perto do monumento.
P16 – Panorâmica (PC) da multidão nas festividades da cidade.
P17 – PM de autoridades se aproximando da câmera e entrando numa casa, c6amera acompanha.
P18 – PC frontal de uma casa com bandeira hasteada e pessoas em frente.
P19 – PC de banda de música desfilando.
P20 – PM de pessoas e carroças desfilando.
P21 – PD de vacas enfeitadas.
P22 – Panorâmicas de mulheres (colonas) indo até as vacas enfeitadas (2 tomadas)
P23 – PP de mulheres (colonas) rindo para a câmera.
P24 – PA de menino, carro de boi com animais enfeitados.
P25 – PP de carroças desfilando.
P26 – PA de duas mulheres, a câmera as acompanha.
P27 – PC de carroças e carros desfilando e passando pela câmera. (3 tomadas)
P28 – PM de político desfilando no palanque e multidão em torno.
P29 – PM de carroça enfeitada parada, com menino na janela.
P30 – PP de homem posando para a câmera.
P31 – PG das festividades, agora na praça central de São José.
P32 – PG das festividades com pessoas se aproximando da câmera.
P33 – PC frontal da cavalaria desfilando na praça e passando pela câmera.
P34 – PC da movimentação na praça, com igreja ao fundo e movimentação de câmera.
P35 – PM de árvores, pessoas e igreja ao fundo.
P36 – PC de homens andando no outro lado da praça.
P37 – PC de homens atravessando rua.
P38 – PC de autoridades andando pela rua frontal à praça.
P39 – PA de homens andando na praça.
P40 – PG de pessoas na praça. (3tomadas).
P41 – PG com panorâmica em plongée da movimentação na praça.
P42 – PC de carros estacionados e cavalaria parada nas imediações.
P43 – PC de carros estacionados com dois casarões ao fundo.
P44 – Panorâmica (PC) em plongée da praça.
P45 – PG da praça.
P46 – PG da praça tomada de uma janela, cabeça de mulher em PP.
P47 – PG com panorâmica, de outro ângulo, da movimentação na praça. (2 tomadas)
P48 – PG da praça. (3 tomadas)
Descrição e comentário: Diversos planos de pessoas na rua de São Pedro. Homens e mulheres bem vestidos, soldados desfilando em cavalos. Plano geral da praça de São Pedro, multidão de pessoas e vários carros estacionados. Político discursando em pequeno palanque, com muitas pessoas em volta do mesmo. Inauguração do monumento em comemoração aos cem anos de colonização. Autoridades andando na rua, entrando numa casa (provavelmente, alguma do poder público) de São Pedro. Há o hasteamento de uma bandeira. Desfile de carroças, carros de boi e automóveis - todos eles enfeitados.
Praça de São José, muitas pessoas na praça. Desfile de soldados e autoridades. Planos gerais que mostram a festa na singela praça do município de São José. Muito interessante notar que Alfredo Baumgarten também filmou as comemorações deste centenário. Ano de realização = 1929.


  Ficha nº: 10

Título do filme: O jubileu do 75º anniversario da fundação de Joinville
Autor: José Julianelli
Data: 1926
Assunto: Festividades do 75º Aniversário de fundação de Joinville
Acervo: Cinemateca de Curitiba
Tempo de duração: 9’17”
Palavra chave: jubileu

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Decupagem
P1 – Intertítulo - A Empreza Cinematographica de Propaganda Universo-Film Julianelli apresenta “O jubileu do 75. anniversario da fundação de Joinville”.
P2 – Intertítulo - Nos termos do contracto de 5 de maio de 1849 com a Sociedade Colonisadora de Hamburgo. Francisco Fernando Felippe Luiz Maria de Orleans, principe de Joinville, terceiro filho de Luiz Felippe I, rei dos francezes, estabellecia, no Brasil a pequena colonia Dona
P3 – Intertítulo - Francisca, hoje o município de Joinville, numa superficie de 170 mil kilometros quadrados, que foram separados do dote de sua esposa, a princeza d. Francisca, Irmã de D. Pedro II, imperador dos brasileiros.
P4 – Intertítulo - Annos e annos se seguiram a esse memoravel acontecimento, dentro de cujo tempo homens vindos de terras distantes realizaram, com a colaboração de brasileiros, pouco a pouco, a grandiosa obra da civilisação.
P5 – Intertítulo - 75 annos depois Joinville, a princeza do norte catharinense, festeja a magna data de sua fundação.
P6 – Intertítulo - Vista Geral da grande e bella cidade de Joinville, a princeza do norte catharinense. (Photografias tomadas ao cahir da tarde. Note-se a grandiosidade do panorama)

P7 – Panorâmica, em PG, vista do alto, da cidade de Joinville.
P8 – PG com movimento de câmera da cidade.
P9 – PC com movimento de câmera de um prédio e casas de Joinville.
P10 – Panorâmica em PC da cidade.
P11 – PC com panorâmica mostrando rua e casas da cidade.
P12 – PC de casas da cidade.
P13 – PC com movimento de câmera da cidade, aparecendo igreja em construção.
P14 – PC da Igreja, que está quase pronta, e outro prédio.
P15 – PC com panorâmica, vista do alto, das casas da cidade.
P16 – Vista da cidade com panorâmica (PC) tomada do alto.
P17 - PC com pequeno movimento de câmera de um prédio da cidade.
P18 – PC com movimento de câmera da cidade vista do alto.
P19 – PC com pequena panorâmica da cidade vista do alto.
P20 – PC de fábrica com chaminé e casas em torno.
P21 – PC com movimento de câmera de casas da cidade vista do alto.
P22 – Panorâmica (PC) da cidade aparecendo uma fábrica.
P23 – Intertítulo - O POR-DO-SOL. Os raios luminosos do horizonte abandonam a cidade industrial.
P24 – PG de um pôr-do-sol no rio. Imagem bastante deteriorada.
P25 – Intertítulo - A encantadora Alameda Brustlein vendo-se ao fundo a antiga residencia dos principes de Joinville.
P26 – Panorâmica vertical aparecendo o alto das palmeiras dos dois lados do quadro, com o movimento de câmera aparece a residência dos príncipes.
P27 – Intertítulo - Parada militar. O desfile da valorosa e displinada unidade militar 13 Bat. de Caçadores
P28 – Desfile militar passa diante da câmera num PC.
Descrição e comentário: Interessante notar como Julianelli procura introduzir o espectador no evento dos 75 anos da cidade, se detendo algum tempo, no início do jornal, em introduzir uma referência histórica contextualizando em algumas palavras o início da colonização da cidade. Diversas panorâmicas da cidade de Joinville, vista do alto. Alguns planos mais próximos, como o de uma fábrica de 5 andares, e outras fábricas, mostrando, com isso, a vocação fabril da cidade. Material de significativa importância para a memória da cidade de Joinville. Cenas da cidade e desfile militar. Nota-se uma preocupação de Julianelli, com os intertítulos iniciais - extensos e explicativos -, de situar o espectador, mostrando alguns dados históricos da cidade de Joinville, sempre dentro de seu tom efusivo.


  Ficha nº: 11

Título do filme: Panorama de Brusque
Autor: José Julianelli
Data: aprox. 1926
Assunto: Aspectos da cidade de Brusque
Acervo: Cinemateca de Curitiba
Tempo de duração: 15’40”
Palavra chave: Brusque

José Julianelli
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Decupagem:
P1 – Intertítulo - Panorama de Brusque. cidade industrial, é de progresso. Estado de S. Catharina. Phto. Julianelli. Universum film.
P2 – Panorâmica vertical em contra-plongée (PC) do alto da torre até a porta da igreja e escadarias, com pessoas saindo da missa, descendo as escadas e passando pela câmera, algumas posam.
P3 – PP com movimento de câmera de vários homens de chapéu.
P4 – Panorâmica (PC) de uma rua da cidade com muita movimentação de pessoas.
P5 – Panorâmica (PC) de rua da cidade.
P6 – PC com movimento de câmera mostrando pessoas reunidas e o casario da época.
P7 – Panorâmica (PC) mostrando pessoas e o casario.
P8 – PC do casario, pessoas andando na calçada.
P9 – PD do alto de porta com as inscrições “Otto Schaefer” .
P10 – PC com movimento de câmera do interior da loja com um homem em PP, provavelmente o proprietário da loja.
P11 – PG do exterior da loja, pessoas na frente, movimento de câmera.
P12 – Panorâmica vertical (PC) de uma casa com pessoas posando defronte da mesma.
P13 – PG com movimento de câmera do centro da cidade, aparecendo uma igreja ao alto e casario no nível da câmera.
P14 – PG de uma rua da cidade, com carro passando.
P15 – Panorâmica (PC) mostrando rua, Igreja, outra Igreja, e casario.
P16 – Panorâmica em PG da cidade vista do alto. Imagem bastante deteriorada.
P17 – PC de casas vista do alto com movimento de câmera.
P18 – Panorâmica da cidade, iniciando numa igreja e finalizando no casario, visto de cima.
P19 – PC visto do alto de carroças estacionadas.
P20 – PG visto do alto de casas.
P21 – PC visto do alto da cidade.
P22 – PC tomada de cima de casas, com movimentação de câmera.
P21 – PG da cidade com panorâmica, tomada do alto.
P22 – PG da cidade, tomada do alto.
P23 – PC do cemitério da cidade, visto de cima.
P24 – Intertítulo - Universu Film. O consul italiano Vissita Superintendencia Municipal de Brusque. Cine Julianelli.
P25 – PC da superintendência municipal com pessoas na porta.
P26 – PM de pessoas saindo pela porta principal da superintendência, algumas posam, caminham, com correção de câmera.
P27 – Intertítulo - Universu Film. Um grupo de personalidade illustre de Brusque junto o Consul Italiano.
P28 – Panorâmica em PP do grupo de personalidades posando para a câmera.
P29 - O consul italiano cav. Caetano Vecchiotti vissita a colonia italiana Porto Franco. O aspecto do Grande Hotel Francisco Maestro. P. Franco E de Santa Catharina. Universu Film.
P30 – Panorâmica (PC) do hotel e rua com pessoas nos arredores.
P31 – PC com panorâmica de autoridades com Cônsul.
P32 – PV de várias pessoas defronte de um prédio de dois pavimentos posando para câmera.
P33 – PA de homens e mulheres posando para câmera.
P44 – PG de muitas pessoas reunidas e uma autoridade discursando.
P45 – Panorâmica (PC) de muitas pessoas no lado de uma igreja.
P46 – PC de pessoas, que saíram da igreja, andando por uma estrada de barro.
P47 – Intertítulo - A passeata dos cyclistas. Foi imponente a passeata organisada pelos cyclistas de Joinville. O desfile.
P48 – PC de ciclistas que passam diante da câmera.
P49 – PM de carro que passa pela câmera.
P50 – PC de ciclistas enfeitados passam pela câmera.
P51 – PM de pessoas andando numa rua de Brusque.
P52 – PC de pessoas bem vestidas e carros passeando por uma rua da cidade (5 tomadas).
P53 – PC de um desfile militar e escolar que passa pela câmera.
P54 – Intertítulo - Diversos Aspectos do Parque de diversões, nos dias das grandes festas
P55 – Panorâmica (PC) de muitas pessoas reunidas, algumas uniformizadas, num parque.
P56 – PP de rostos de crianças, e as mesmas crianças passam em PM. As crianças estão em fila e uniformizadas. Um bonito plano de Julianelli.
P57 – PC de crianças uniformizadas no parque se movimentando em fila.
P58 – PC de crianças se movimentando com instrutor em PM.
P59 – PC de homens uniformizados.
P60 – PC de crianças fazendo exercícios.
P61 – PC de crianças andando em fila.
P62 – PC de crianças em fila e instrutor em PM.
P63 – PC de crianças brincando com gangorra.
P64 – PC, mais aproximado, de crianças brincando em gangorra, se divertindo para a câmera.
P65 – PG do parque.
P66 – PA de senhoras bem vestidas posando para câmera.
P67 – PP de senhoras.
P68 – PP de senhoras.
Descrição e comentário das cenas: Pessoas descendo a escada frontal da igreja de Brusque, algumas param e posam em frente à câmera. Pessoas na rua de Brusque. Casario da rua principal da cidade. Câmera filma “Otto Schaefer”, um estabelecimento comercial, no exterior e interior da loja. Ruas da cidade e diversas panorâmicas vistas do alto da cidade na época. Autoridades em frente de uma casa típica da região. Autoridades numa solenidade na localidade de Porto Franco. Ciclistas e militares desfilam pelas ruas de Brusque. Crianças fazendo ginástica. Mulheres, bem vestidas, posam para a câmera. Cenas de raro valor histórico para a cidade.


Fontes Iconográficas

1 – Página 37 – Foto de José Henrique Nunes Pires.
2 – Página 51 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de foto do acervo particular de Margareta Medeiros.
3 – Página 52 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de foto do acervo do Arquivo Público de Blumenau “José Ferreira da Silva”.
4 – Página 54 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal Brazil, Blumenau, 26/09/1920, n° 64, página 2.
5 – Página 55 – Reproduções fotográficas de José Henrique Nunes Pires de propagandas dos serviços fotográficos de Alfredo Baumgarten, publicadas no Jornal Blumenauer Zeitung.
6 ,7, 8, 9 e 10 – Páginas 56 e 57 - Digitalização de frames de vídeo copiado dos filmes de Alfredo Baumgarten pertencentes ao acervo da Cinemateca Brasileira.
11 – Página 58 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal Cidade de Blumenau, em 09/11/1935.
12 – Página 60 – Digitalização de frames de vídeo copiado dos filmes de Alfredo Baumgarten pertencentes ao acervo da Cinemateca Brasileira.
13 – Página 63 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal Cidade de Blumenau, em 30/10/1935.
14 – Página 63 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de foto publicada no livro O Cinema em Santa Catarina.
15 – Página 63 - Reproduções de fotogramas do documentário de Alfredo Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 01/09/1935.
16 – Página 64 - Reproduções de fotogramas do documentário de Alfredo Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 01/09/1935.
17 – Página 65 - Digitalização de frames de vídeo copiado dos filmes de Alfredo Baumgarten pertencentes ao acervo da Cinemateca Brasileira.
18 – Página 65 - Foto de José Henrique Nunes Pires.
19 – Página 66 - Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de foto do acervo do Arquivo Público de Blumenau “José Ferreira da Silva”.
20 – Página 67 – Reproduções fotográficas de José Henrique Nunes Pires dos proclamas da Empresa Julianelli do acervo de José Henrique Nunes Pires.
21 – Página 69 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires do proclama da Empresa Julianelli do acervo de José Henrique Nunes Pires.
22 – Página 72 - Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal A Cidade, em 09/01/1926.
23 – Página 73 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
24 – Página 74 – Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no O jornal O Tempo, em Florianópolis, 13/03/1926.
25 – Página 75 - Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal O Tempo, em Florianópolis, 17/03/1926.
26 – Página 76 - Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal O Tempo, em Florianópolis, 18/03/1926.
27 – Página 78- Reproduções fotográficas de José Henrique Nunes Pires de matérias publicadas no Jornal de Joinville, em Joinville, 29/05/1926.
28 – Página 78 - Digitalização de frames de vídeos copiados do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
29 – Página 79 – Foto de José Henrique Nunes Pires.
30 – Página 83 - Reprodução de fotograma do documentário de Alfredo Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 01/09/1935.
31 – Página 85 - Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal Cidade de Blumenau em 09/11/1935.
32 – Página 87 – Reprodução fotográfica da cartela original, da qual foi filmado o intertítulo do filme de José Julianelli, pertencente ao acervo de José Henrique Nunes Pires.
33 – Página 87 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
34 – Página 90 – Reprodução fotográfica da cartela original, da qual foi filmado o intertítulo do filme de José Julianelli, pertencente ao acervo de José Henrique Nunes Pires.
35 – Página 90 - Reproduções fotográficas de José Henrique Nunes Pires de matérias publicadas nos Jornais de Santa Catarina e também de um proclama da empresa Julianelli.
36 – Página 92 - Reprodução fotográfica de José Henrique Nunes Pires de matéria publicada no Jornal A Cidade, em 16/09/1926.
37 – Página 93 - Digitalização de frames de vídeos copiados dos filmes de José Julianelli e de Alfredo Baumgarten, pertencentes ao acervo da Cinemateca Brasileira.
38 – Página 94 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao Acervo da Cinemateca Brasileira.
39 – Página 94 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
40 – Página 108 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
41 – Página 109 - Digitalização de frame de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
42 – Página 118 - Digitalização de frame de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
43 – Página 118 - Digitalização de frame de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
44 – Página 120 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
45 – Página 125 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
46 – Página 129 - Digitalização de frame de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
47 – Página 135 - Digitalização de frame de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
48 – Página 140 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de Alfredo Baumgarten pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
49 – Página 154 - Reprodução de fotogramas do documentário de Alfredo Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 01/09/1935.
50 – Página 156 - Reprodução de fotograma do documentário de Alfredo Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 01/09/1935.
51 – Página 157 - Reprodução de fotograma do documentário de Alfredo Baumgarten sobre o Congresso Integralista de 01/09/1935.
52 – Página 158 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
53 – Página 162 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.
54 – Página 165 - Digitalização de frames de vídeo copiado do filme de José Julianelli pertencente ao acervo da Cinemateca Brasileira.